ANFOPE se manifesta em defesa da educação e da democracia e apoia a greve nacional pela educação em 18 de março. Veja a nota

A ANFOPE – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação -, entidade nacional de referência no campo da formação e valorização dos profissionais de Educação, manifesta seu repúdio a quaisquer formas de manifestação que firam os princípios constitucionais e promovam ataques as instituições democráticas e representativas do povo brasileiro. Em um cenário de intenso retrocesso político-econômico e social e de ataques cotidianos aos direitos humanos e sociais, que atingem mais intensamente as classes trabalhadoras, é fundamental que a sociedade se mobilize em defesa da democracia, da educação, saúde e previdência pública, dos direitos trabalhistas, da soberania nacional, hoje sob constante ameaça, e contra os cortes nos investimentos públicos, contra o desmantelamento dos serviços públicos e contra os ataques aos trabalhadores. No campo educacional temos a edição de uma série de medidas que restringem o direito à educação e precarizam o trabalho dos professores, como a contrarreforma do Ensino Médio, a aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), às intervenções nas Universidades e Institutos Federais, destruindo a autonomia didática, pedagógica, patrimonial e de gestão das Instituições públicas de Ensino. São graves os ataques à educação pública e aos seus profissionais, às suas entidades e associações, desvalorizando o magistério. Na formação de professores, destacamos a publicação em 10/02/2020 da Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que define ‘novas’ Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial, vinculada aos conteúdos e competências da BNCC. O CNE e o MEC desconsideraram o fato de que, em todo o pais, as instituições de ensino superior finalizavam processos de institucionalização da Resolução CNE/CP 2/2015, e a revogam, de forma impositiva, sem avaliar sua implementação, ferindo a autonomia universitária e negando-se ao diálogo com as entidades científicas da área educacional. O CNE rejeitou as inúmeras manifestações contrárias das entidades acadêmicas e representativas de instituições, professores e estudantes, que apontavam para as inconsistências da proposta, que visa apenas atender a interesses mercantilistas de fundações privadas que anseiam pela padronização aligeirada da BNCC. As ‘novas’ Diretrizes Nacionais Curriculares e a BNC da Formação descaracterizam os cursos de licenciatura e empobrecem a qualidade da formação de professores, com impactos nocivos sobre a educação básica, constituindo-se como mais um grave retrocesso nas políticas educacionais. A Anfope realizará em 9, 10 e 11 de julho de 2020, na UERJ, Rio de Janeiro, seu XX Encontro Nacional, quando discutiremos o desmonte e descaracterização da formação de professores, seus impactos na educação básica e, reafirmando nossos posicionamentos históricos em defesa da formação e da educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada, apontaremos os direcionamentos da luta e da resistência aos retrocessos em curso. Reafirmamos a disposição de luta propositiva da entidade e convocamos todos para engrossar a mobilização, nas ruas, no dia 18 de março, marchando em defesa da educação e da democracia. Verás que um filho teu não foge à luta!

Rio de Janeiro, 01 de maço de 2020

http://www.anfope.org.br/

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Fonte: http://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2020/03/1.-Manifesto-ANFOPE-em-defesa-da-educa%C3%A7%C3%A3o-e-da-democracia-01032020.pdf