Como Rodrigo Maia e a Globo estão te enganando sobre o serviço público: 7 mentiras que te contaram e você achou que era verdade.

Muitas mentiras estão sendo contadas para que os políticos consigam trocar livremente servidores concursados por cabos eleitorais, como já vem sendo feito em várias prefeituras e governos estaduais.

A PEC da Emergência Fiscal e a Reforma Administrativa, defendidas por Rodrigo Maia, Paulo Guedes e Rede Globo, são as novas armadilhas usadas para desmontar a contratação por mérito e facilitar o aparelhamento da máquina pública por políticos e empresas com interesses obscuros😈.

AQUI ESTÃO AS 7 PRINCIPAIS MENTIRAS QUE TE CONTAM SOBRE O SERVIÇO PÚBLICO (com dados confiáveis que destroem essas mentiras)

MENTIRA nº1: O Brasil tem muitos servidores públicos. Não é verdade. Em levantamento feito pela OCDE (1), de 30 países analisados, o Brasil foi apenas o 26º no tamanho do serviço público. Temos apenas 12% da população ocupada trabalhando no serviço público, número menor que o de países como Reino Unido (23,5%), África do Sul (17%) e Portugal (16%).

MENTIRA nº 2: Todo servidor ganha muito. A mídia às vezes distorce os dados mostrando exemplos de salários exorbitantes como se fossem a regra. A verdade é que, dos servidores do Poder Executivo, metade ganha menos que R$ 2.589 e a grande maioria (75%) ganha menos que R$4.621. Os salários mais elevados estão no Poder Judiciário e no Poder Legislativo. Agora, observe que as medidas de cortes de gastos do Governo Federal sempre deixam de fora justamente esses mais privilegiados (2)

MENTIRA nº3: Você já deve ter visto matérias dizendo que servidores públicos ganham mais do que no setor privado. INFORMAÇÃO DISTORCIDA! Geralmente, se compara o salário médio dos servidores públicos com o salário médio da população ocupada, mas essa comparação não é honesta. O serviço público, por se basear em concursos, tem uma quantidade maior de trabalhadores com ensino superior (49%, ante 18,5% da população geral) e com ensino médio. A comparação precisa ser feita com os salários pagos a trabalhadores mais qualificados. Por exemplo, a média do trabalhador brasileiro com ensino superior é de R$4.997 (2), enquanto a média salarial dos servidores públicos é até menor, de R$ 4.205. (3)

MENTIRA nº 4: As despesas com pessoal do governo estão fora de controle. Mentira! As despesas com pessoal e encargos da União se encontram hoje no mesmo patamar de vinte anos atrás (4,4% do PIB), como mostra o Atlas do Estado Brasileiro, do IPEA. Esse valor chegou, inclusive, a ser menor de 2014 a 2016, no auge da crise econômica brasileira. Além disso, as despesas com servidores ativos federais representam apenas ¼ da receita líquida da União.

MENTIRA nº 5: Servidores têm reajuste automático. Essa vem sendo contada pelo Sr. Paulo Guedes, o mesmo que disse que o dólar caro é bom porque antes as domésticas estavam viajando para a Disney…😲 Enfim, não existe reajuste automático. Como em qualquer atividade, os trabalhadores do setor público podem pedir aumento, mas o patrão (Governo) não é obrigado a dar. Veja a notícia: https://www.metropoles.com/brasil/servidor-brasil/para-stf-executivo-nao-e-obrigado-a-fixar-reajuste-anual-de-servidor

MENTIRA nº6: Todo servidor tem aposentadoria integral. Desde a Emenda Constitucional 41/2003, os trabalhadores que ingressam no serviço público não possuem direito à aposentadoria integral. Eles contribuem sobre seus salários e só podem receber até o limite dos benefícios pagos no regime geral da previdência. Quem recebe mais tem que contribuir à parte para um Fundo de Pensão (FUNPRESP), que funciona basicamente como uma previdência privada coletiva.

MENTIRA nº7: Servidores não podem ser demitidos. Pelos termos da Lei 8.112, para terem estabilidade, servidores precisam ser avaliados por 3 anos (estágio probatório) e depois disso também podem ser demitidos. Desde 2003, a CGU já demitiu 4.202 servidores federais, por motivos de corrupção, falta ao serviço, incompetência, entre outros. (4) Um ponto importante: a estabilidade no serviço público serve para impedir que os políticos que ocupam cargos de chefia chantageiem seus subordinados com ameaça de demissão. Ou seja, a estabilidade evita a corrupção.

Não caia em fake news! O enfraquecimento do serviço público só vai ser benéfico para políticos corruptos, empresas interessadas em lucrar em cima do governo e bancos recebedores de juros astronômicos da dívida pública. A PEC da Emergência Fiscal estabelece que o dinheiro “economizado” com a redução de 25% nos salários de servidores públicos vai ser direcionado para pagamento de emendas parlamentares e juros da dívida pública.

 

Não deixe que mais pessoas sejam enganadas, repasse adiante a verdade!

FONTES:

1) OCDE – http://goo.gl/4oHsND

2) PNAD Contínua – Boletim Rendimento 2018 – https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101673_informativo.pdf

3) Atlas do Estado Brasileiro – http://www.ipea.gov.br/atlasestado/

4) http://www.portaltransparencia.gov.br/sancoes